17 fevereiro, 2007

A Conquista da Honra por Rodrigo Mathias

Dirigido por Clint Eastwood. Com: Ryan Phillippe, Adam Beach, Jesse Bradford, John Benjamin Hickey, Barry Pepper, Jamie Bell, Paul Walker, Robert Patrick, Neal McDonough, Melanie Lynskey, John Slattery, Thomas McCarthy.



Clint Eastwood é conhecido pelos nossos avós, ou até mesmo pelos nossos pais como o "rei" do faroeste e dos westerns. Qualquer produção desse gênero que contava com Clint no elenco atraia muita gente. Um tempo depois, foi a vez de Clint (além de atuar em alguns casos) sentar na cadeira de direção. E isso (logicamente) não foi muito fácil de início. Mas, Eastwood atingiu o apse quando dirigiu o (ótimo) Os Imperdoáveis que lhe rendeu o Oscar de melhor diretor e melhor filme. Depois vieram mais filme, que sempre contavam com o ponto que Eastwood havia atingido. Depois de 12 anos de sua indicação e vitória do Oscar, Eastwood repetiu a dose por duas vezes consecutivas, com o maravilhoso Sobre Meninos e Lobos (2004) e com o ótimo Menina de Ouro (2005) e atualmente com o Cartas de Iwo Jima (2007).

Quando Eastwood informou que dirigiria um filme de guerra sobre a batalha de Iwo Jima e com um contexto político, começaram as especulações de Oscar. Muitos diretores costumam ser patriotas (demais) ao ponto de fazer com que os inimigos pareçam monstros, pessoas sem alma que só pensam em matar. E isso que todos os japoneses imaginaram que poderia acontecer e começaram as críticas. E com isso, Clint resolveu fazer dois filmes simultaneamente, no mesmo ano, sobre o mesmo assunto; só que com pontos de vistas diferentes. O lado americano (A Conquista da Honra) e o lado japonês (Cartas de Iwo Jima), assim não teria como acontecer nenhum tipo de problema maior.
Bem, vamos diretamente ao conteúdo do filme. Antes mesmo de começar a assistir ao filme, comecei a pensar como o filme havia sido massacrado pela crítica e se esse filme poderia manchar o currículo de Eastwood. E por mérito, isso não aconteceu.

Logo no início, vemos um soldado correndo desesperadamente em busca de alguém e a câmera dá uma volta ao redor desse soldado até sentirmos o quanto aquilo era importante para ele e o sentimento de vazio que dá quando ele não consegue achar quem ele estava à procura. Logo após essa cena, acontece um corte que nos mostra para um senhor que estava um pouco perturbado gritando e perguntando "Where is he?". É a partir desse ponto que o filme começa se desenvolvendo numa história extremamente complexa e não linear, ou seja, os fatos não ocorrem em cronológica (ponto que talvez tenha feito alguns odiarem ao filme). E acredito que o fato de não ser linear, não só como fez com que o filme ficasse melhor, e também ajudou a nos manter todos os segundos grudados na tela querendo saber o que aquela cena inicial significava.

A história se desenvolve quando os americanos vão à uma ilha no Japão (Iwo Jima) para literalmente, destruírem tudo o que pudessem ver. Essa ilha não tinha muita importância economicamente, mas era de importância para o Japão. Como a ilha não tem nenhum tipo de vegetação, ela serviria mais como base militar.

No meio disso tudo, com a população americana cética e não querendo mais saber de guerra, uma foto salvou tudo. Uma foto pôde fazer com que a vertente mudasse de lugar e apontasse para outro extremo. Só por causa de uma foto, o governo americano conseguiu arrecadar muito mais do que o esperado.





Sim, a direção é espetacular (mal posso esperar para ver Cartas de Iwo Jima) e acompanha com maestria tudo o que o filme propõe desde o início, fazendo com que não conseguisse me conter e aplaudir o fim do filme com o maior entusiasmo (não vi no cinema). O mais interessante é que Clint conseguiu fazer com que o filme ficasse soberbo do jeito que ele é, parece ser um estilo próprio. As cenas de batalhas são espetáculos a parte, eu realmente não esperava que Clint conseguiria fazer algo que pode até ser comparado com a direção de Spielberg em O Resgate do Soldado Ryan. A inclusão da parte política é muito interessante, para nós vermos como é grande a hipocresia do governo americano. "Quando é preciso arrecadar o dinheiro, não importa quem machuque, atinja sua meta." Essa seria mais ou menos a filosofia deles (e ainda não deixou de ser).
A atuação do elenco, muito bem escolhido, foi ótima. Dou destaque ao indiano Adam Beach que com um papel muito complexo e ao ator em ascensão Ryan Phillippe. Ambos conseguem não fazer uma atuação caricata e superficial e ficaram realistas, até sentimos o que eles querem transmitir.

Tecnicamente a sonoplastia se sobressai e a fotografia em tom de sépia consegue fazer seu trabalho com extrema competência.

Em suma, Clint Eastwood consegue dirigir um filme de guerra com maestria, e não consigo deixar de imaginar como que deve estar seu outro filme.




NOTA:


NOTÍCIA INTERESSANTE

Tarzan dirigido por Guilhermo Del Toro


Tarzan, criação literária máxima de Edgar Rice Burroughs, ganhará um novo filme, desta vez produzido pela Warner Bros. Pictures. Procurado pelo estúdio para comandar o projeto, o cada vez mais requisitado Guillermo del Toro já fala como se fosse dirigi-lo amanhã.
Del Toro estava em Londres, onde O labirinto do fauno foi agraciado no Bafta com o prêmio de melhor filme estrangeiro. Lá, falou com diversos órgãos de imprensa: "A idéia que eu tenho é fazer uma versão como nenhuma outra, no sentido de mostrar como os anos de crescimento de Tarzan na floresta foram duros e brutais. Sempre houve esse idílico sentido da floresta como um parque da Disney. O que eu quero retratar é como esse cara se tornou o animal mais selvagem da floresta".
Outro que está negociando para embarcar no projeto é John Collee, o roteirista de Mestre dos mares e do recente sucesso Happy Feet: O pingüim. Ainda não há qualquer acordo fechado, nem cronograma de produção.
Fonte: Omelete


OBS do post anterior: Bem, haviamos informado, segundo um grande portal da internet brasileira que o diretor do suposto filme que retrataria a morte de Jean Charles seria o britânico Stephen Frears. Mas acabei de ver a noticia, em outro portal (Adoro Cinema), que Stephen Frears irá somente produzir ao filme e quem dirigirá será o brasileiro Henrique Goldman, agora só resta saber se a informação é correta ou não. Aguardem novas informações!



Até a próxima!





Escrito por Rodrigo Mathias